12 de agosto de 2011

Mulheres e Sapatos


O documentário “God Save my Shoes”,  que será lançado em 29 de setembro, durante a Semana de Moda de Paris, entrevistou as maiores autoridades no assunto para tentar desvendar o motivo de tanta paixão. Estão lá depoimentos de Christian Louboutin e Manolo Blahnik, autores dos pares 
mais cobiçados do planeta.


Há quem aposte que a atração seja causada pelo design das peças. Eles são quase objetos de arte e causariam prazer estético semelhante ao das artes plásticas. Outros acreditam que, dotado de personalidade, é o sapato que dá o tom da produção (e da imagem que você quer passar). Eu tendo a concordar com a última explicação. Tem como não se sentir poderosa em cima de um salto de 10 centímetros?
Eu já fui melhor nesse quesito, devo confessar. Por um bom tempo, não tive nenhum sapato sem salto no guarda-roupa. Já dei trote em bixo na faculdade em cima de uma plataforma, já subi e desci morro carregando câmera e tripé de salto alto, já estraçalhei gramados com salto agulha, já fiquei de pé doze horas em cima de um salto gigantesco que deixou marcas no meu pé que duram até hoje. E eu odiava a pergunta “como você consegue?” (sempre vinda de mulheres, impressionante!). Para mim, não tinha como não conseguir. Mulher que é mulher aguenta, ué?! Não pode ser frouxa.
Bom, daí eu fiquei velha, e entre outras coisas, além de sentir frio na balada e não suportar esperar no restaurante, eu cansei do salto alto.  E conheci as incríveis sapatilhas. Para minha sorte, elas também existem em um número incrível de modelos, cores e estampas e se proliferaram rapidamente no meu guarda-roupa. Mas eu ainda não resisto ao saltão. Vez ou outra, quando  a coluna, a panturilha e o ânimo permitem, eu encaro novamente meus amados saltos. No casamento, por exemplo, tive que escolher um que era minha cara: beeeem alto (e resisti por longas horas!). É esse daqui da foto ao lado.

Tenho dúvidas se o pessoal do documentário “God Save my Shoes” conseguirá decifrar o mistério do fascínio feminino pelos sapatos. Mas já sei que em uma categoria eles serão bem-sucedidos: na de causar inveja. A produção visitou alguns dos maiores acervos, como o de um museu na França e o guarda-roupa da revista Vogue, além de conferir a coleção da cantora Fergie, da atriz Dita Von Teese e de Beth Shak, uma sortuda dona de 1,2 mil pares. Para aguçar a inveja, dêem uma 
olhadinha no vídeo que mostra o acervo da Vogue, no começo deste post. Não é o paraíso?

By Marcela Buscato

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